Área Belém
Roteiro
A área Belém encontra-se no extremo leste da Amazônia, delimitada pelo rio Tocantins, e atua como centro de endemismos. A vegetação é tipicamente amazônica, composta quase inteiramente por florestas terra-firme, com poucas áreas de várzeas. As árvores são muito altas e o sub-bosque é aberto. Infelizmente, esta é a região mais ameaçadas de toda a Amazônia, com apenas remanescentes bem preservados. No entanto, esses fragmentos abrigam a maioria das aves endêmicas e ameaçadas.
Endemismos
A Área de Endemismo Belém é a parte mais oriental da Amazônia, limitada a oeste pelo rio Tocantins, e abriga a endêmica Tiriba-pérola (Pyrrhura coerulescens) e também uma espécie de João-tenenem recentemente validada (Synallaxis omissa).
Um dos destaques é a Corujinha-de-Belem (Megascops ater), que recentemente foi reconhecida como espécie plena, é rara e provavelmente está ameaçada de extinção. Estamos monitorando de perto os territórios das espécies.
A Área Belém também abriga as duas espécies mais ameaçadas da Amazônia brasileira, o endêmico Jacamim-de-costas-escuras (Psophia obscura) e o lendário Mutum-pinima (Crax [fasciolata] pinima) que enfrenta ameaça iminente de extinção.
Existem também mais de 15 subespécies endêmicas da Área Belém, como a rara subespécie nominal do Arapaçu-galinha-do-pará (Dendrexetastes p. paraensis), o Araçari-de-pescoço-vermelho (Pteroglossus b. bitorquatus) que possue um colar amarelo, o Japuguaçu-preto (Psarocolius b. bifasciatus), e o Polícia-do-mato (Granatellus pelzelni paraensis) que está sendo reavaliado taxonomicamente e possivelmente é uma espécie à parte.
Algumas espécies como o Chupa-dente-de-capuz (Conopophaga roberti), a Aracuã-de-sobrancelhas (Ortalis superciliaris) e o raríssimo Bicudo-encarnado (Periporphyrus erythromelas), embora possam ser encontradas em outras regiões, ocorrem principalmente na Área de Endemismo Belem.
Podemos ainda listar o Topetinho-do-brasil-central (Lophornis gouldii), o Rabo-branco-do-maranhão (Phaethornis maranhaoensis), a linda Maria-bonita (Taeniotriccus andrei), que apresentam distribuição restrita.
Algumas espécies que possuem um padrão de ocorrência no bloco Belém-Guianas são comumente observadas nas áreas desse roteiro: Bicudo-encarnado (Periporphyrus erythromelas), Chororó-didi (Cercomacroides laeta), Picapauzinho-de-costas-pintadas (Picumnus buffonii), Ferreirinho-da-capoeira (Poecilotriccus sylvia) e o Caraxué (Turdus nudigenis).
Outros destaques
A copa das florestas que visitamos neste roteiro é incrivelmente colorida por papagaios e araras, como a Ararajuba (Guaruba guarouba), o Anacã (Deroptyus accipitrinus), a Curica-urubu (Pyrilia vulturina) e a Maitaca-roxa (Pionus fuscus).
Num curto passeio pela trilha podemos ver o Jacupiranga (Penelope pileata), o Furriel-de-encontro (Parkerthraustes humeralis), a deslumbrante Maria-leque (Onychorhynchus coronatus) decorando o seu ninho, o Anambé-de-rabo-branco (Xipholena lamellipennis) empoleirado na topo da copa, e com sorte o Beija-flor-de-bico-virado (Avocettula recurvirostris).
A área Belém talvez seja o único local no mundo onde é possível observar duas espécies do gênero Myiornis simultaneamente: o Caçula (Myiornis ecaudatus) e uma espécie ainda não descrita localmente chamada de "Grilinho".
Nas horas mais quentes, nos escodemos na sombra da mata para tentar fotos do Pinto-do-mato-de-cara-preta (Formicarius analis), do arredio Falcão-críptico (Micrastur mintoni) e do Papa-taoca-de-belém (Pyriglena leuconota) .
Em alguns lugares a mata é dominada por taboquais, onde podemos encontrar a Maria-cabeçuda (Ramphotrigon megacephalum), o Pica-pau-da-taboca (Celeus obrieni) e com sorte o migrante Cigarrinha-do-norte (Sporophila schistacea).
À noite, depois de observarmos a Corujinha-de-Belem, esperamos um pouco mais para ver o esquivo Bacurau-rabo-de-seda (Antrostomus sericocaudatus), o Urutau-de-asa-branca (Nyctibius leucopterus), a Coruja-preta (Strix huhula) e o Bacurau-ocelado (Nyctiphrynus ocellatus).
Primatas
No roteiro da área Belém podemos encontrar espécies de macacos muito interessantes e, infelizmente, ameaçadas. Com destaque para o raríssimo Cairara Ka'apor, um dos primatas mais ameçados do mundo.
Endêmicos:
- Cairara Ka'apor (Cebus kaapori)
- Cuxiú-Preto (Chiropotes satanas)
- Sagui-una-do-leste (Saguinus ursulus)
Outros:
- Guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul)
- Macaco-de-cheiro (Saimiri collinsi)
- Macaco-da-noite (Aotus infulatus)
- Macaco-prego-das-guianas (Sapajus apella)











A paisagem
A região da área Belém é caracterizada pela mata de terra-firme formada por árvores imponentes com copas superiores a 40 metros de altura. Para os fotógrafos, recomendamos usar lentes com longas distâncias focais. Nas áreas bem preservadas, o sub-bosque é pouco denso, o que permite observar aves à distância no interior da mata. A serapilheira é bastante espessa, criando habitat para muitos insetos e atraindo muitas espécies de aves insetívoras.
Mais informações
A principal rota logística para essa área é voar para o aeroporto de Imperatriz - MA, que fica a 70km do primeiro destino: Açailandia. De lá são 180km até as florestas de Paragominas, o principal destino.
Acesso
Clima
O clima é quente e agradável, com temperaturas médias anuais entre 22 e 33 °C e precipitação entre 40–260 mm. As chuvas não são intensas mesmo na estação chuvosa, o que permite passarinhar em qualquer época do ano.